Na gestão da prefeita Adriane Lopes (PP), uma situação preocupante vem chamando a atenção e gerando polêmica: a secretária Thelma Fernandes Mendes Nogueira Lopes, que ocupa um cargo importante na administração, tem recebido salários que excedem o teto estabelecido para a função pública, superando inclusive o próprio salário da prefeita. O fato de que Thelma é concunhada de Adriane levanta questões éticas e de moralidade na gestão pública, trazendo à tona um debate necessário sobre a transparência e a responsabilização nos gastos públicos.
A investigação realizada pelo portal TopMídiaNews revelou números que impressionam. De acordo com o Portal da Transparência, Thelma Lopes apresenta um recebimento total de R$ 36.862,32 no mês de maio deste ano, dividido em dois salários: R$ 19.028,90 referente à “remuneração de servidores” e R$ 17.833,42 provenientes de “outros pagamentos”. Esses valores são alarmantes, principalmente quando comparados ao salário da prefeita, que é de R$ 26.943,05, quase R$ 10 mil a menos do que a quantia recebida pela secretária.
Este desvio no padrão dos salários públicos não é um incidente isolado. O TopMídiaNews identificou também outros casos em que o salário de servidores se desvia dos limites constitucionais, indicando uma preocupação maior sobre a governança pública no município. A situação de Thelma Lopes, em específico, transformou-se em um verdadeiro “calo” para a prefeita Adriane Lopes, especialmente durante o período eleitoral de 2024, quando essa questão quase comprometeu suas chances de reeleição.
O episódio, amplamente denominado de “Folha Secreta,” pôs em evidência os subsídios não divulgados oficialmente no Portal da Transparência, onde servidores de destaque recebiam valores adicionais que não eram publicamente conhecidos. A existência de uma folha paralela de pagamento, que vem sendo alvo de suspeitas por cerca de uma década, tornou-se uma realidade tangível quando Adriane assumiu o cargo e contratou a própria concunhada, contradizendo seu discurso moralista e as promessas feitas durante a campanha eleitoral.
O conselheiro do Tribunal de Contas de MS, Jerson Domingos, manifestou preocupações sobre a denúncia da “folha secreta” e indicou a necessidade de uma investigação mais apurada sobre este assunto. Em sua declaração, ele enfatizou que irá alertar seus colegas responsáveis pela análise das contas do município para que o caso seja cuidadosamente monitorado.
Domingos não hesitou em criticar a administração da prefeita, sugerindo que a resolução desses problemas poderia ser alcançada se houvesse verdadeira vontade política para a mudança. Ele propôs medidas drásticas, como a suspensão temporária dos serviços em determinados órgãos da prefeitura para que todos os servidores se apresentassem e fossem devidamente lotados, evitando assim o que poderia ser classificado como abandono de emprego. Essa abordagem, segundo o conselheiro, poderia liberar recursos significativos que poderiam ser utilizados em áreas carentes, como Saúde e Educação, que muitas vezes lutam por financiamento adequado.
Nesse contexto, é importante que a população de Campo Grande esteja atenta a essas irregularidades e questione os governantes sobre a gestão dos recursos públicos. A responsabilidade e a transparência são pilares essenciais para construir uma administração pública saudável e ética, onde os cidadãos possam confiar que os seus impostos estão sendo utilizados de forma justa e eficaz. Assim, o caso da secretária Thelma Lopes não é apenas uma questão interna da prefeitura, mas sim um alerta para todos sobre a importância do exercício vigilante da cidadania e da contínua luta por um governo mais justo e transparente.
