Prefeito do Like: Quando a Gestão Vira Figurante e a Cidade Vira Palco de Desmandos

PREFEITURA ANTECIPA SALÁRIOS E SERVIDORES DE DOURADOS RECEBEM 12 DIAS ANTES DO 5º DIA ÚTIL

Nos últimos dias, um vídeo gravado por um vereador Franklin Schmalz de Dourados resultado de audiência pública, justamente para debater assédio moral e violência contra profissionais da saúde, escancarou o que a população já sente nas ruas: a gestão municipal afundou em um vazio de comando, tornando-se mera figurante em sua própria cidade. As imagens são um retrato cru da falta de coordenação e liderança, onde funções administrativas básicas são empurradas para secretários que atuam sem rumo, sem planejamento e, o mais grave, sem qualquer cobrança efetiva do prefeito.

Enquanto problemas crônicos se acumulam, a prioridade do chefão do Executivo parece se resumir a likes, vídeos de TikTok e discursos ensaiados para as redes sociais. Marçal Filho, o prefeito que vendeu a imagem de gestor eficiente, revela-se cada vez mais como um influencer institucional, distante da dura realidade da administração pública.

O Vácuo de Poder e os Jogos de Interesse

Este vácuo de liderança, no entanto, não ficou vazio. Ele foi ocupado. E a forma como isso aconteceu agrava ainda mais a crise. Enquanto o prefeito se ausenta da sua função primordial de comando, a vereadora Isa Marcondes passa a usurpar partes destas funções executivas, atuando não como uma parlamentar que fiscaliza, mas como uma sombra do poder, uma “chefe paralela” sem mandato para sê-lo.

O problema não é a participação política, mas a forma como ela se dá: sem qualquer controle emocional ou respeito à hierarquia institucional. Relatos dão conta de que a vereadora assedia moral e verbalmente os servidores, principalmente os da área da saúde, que já se encontram sob pressão máxima. Esse ambiente de desmandos e intromissão desmedida cria um cenário de jogo combinado perigoso: o prefeito se exime de suas obrigações, e sua aliada política age com truculência, impondo suas vontades de forma irregular sobre uma estrutura que já está à deriva.

Gestão Não Se Faz com Marketing, Muito Menos com Assédio

A cidade, portanto, sofre uma dupla agressão. De um lado, um prefeito focado na curtição virtual, que delega tudo e cobra nada. De outro, uma parlamentar que explora o vazio deixado por ele para comandar através do grito e da intimidação, criando um clima de terror entre os servidores.

Não se trata mais de uma simples crítica à falta de gestão, mas da denúncia de um desgoverno institucionalizado. Enquanto faltam respostas para a saúde, a infraestrutura e a segurança, sobram sorrisos nas redes sociais, de um lado, e assédio e descontrole emocional, de outro.

Dourados merece mais do que um prefeito de palco digital. E precisa, urgentemente, ser salva de jogos de poder e desmandos que só aprofundam o caos. A cidade precisa de um gestor de verdade — alguém que enfrente os problemas de frente, e não apenas de frente para a câmera, e que retome as rédeas da administração, pondo fim ao circo que se instalou no lugar do comando.

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