Nepotismo e Comando Paralelo: Secretaria de Administração Está nas Mãos do Marido da Secretária

A gestão pública municipal de Dourados vive um novo escândalo. À frente da Secretaria Municipal de Administração está Tays Pereira Litran Diniz, nomeada comissionadamente como secretária, com salário de R$ 12.433,74 mensais. Até aí, nada de novo — se não fosse o fato de que quem comanda efetivamente a pasta, segundo denúncias, é seu marido: Bruno Diniz Celestino, Assessor I do Gabinete do Prefeito, com salário de R$ 5.893,58, que dá expediente diário diretamente na ante-sala do gabinete da esposa.

Bruno, embora lotado oficialmente no Gabinete do Prefeito, atua na prática como o verdadeiro gestor da Secretaria de Administração. Relatos de servidores indicam que é ele quem conduz reuniões, repassa ordens e interfere em decisões administrativas sensíveis. Sua presença constante e atuação ativa na secretaria demonstram um desvio de função descarado e uma violação aberta ao princípio da legalidade e da moralidade pública.

Essa relação profissional-familiar, dentro do mesmo eixo de comando, configura claramente nepotismo, prática vedada pela Súmula Vinculante nº 13 do STF, que proíbe a nomeação de cônjuges e parentes em cargos comissionados quando há subordinação ou influência direta.

Além do nepotismo direto, a situação escancara:

Desvio de função, pois Bruno não exerce atividades no gabinete onde está lotado;

Usurpação de função pública, ao interferir em decisões e rotinas administrativas da Secretaria;

Possível improbidade administrativa, conforme previsto na Lei nº 8.429/1992, pela violação aos princípios da administração pública.

Quem responde por essa estrutura de comando informal?
A atuação de um assessor como “secretário informal” representa uma afronta ao servidor público, à legalidade administrativa e à sociedade douradense. Não se trata apenas de um arranjo familiar, mas de uma estrutura paralela dentro da máquina pública, sustentada com dinheiro do contribuinte.

Até o momento, o Prefeito não se manifestou sobre o caso, nem tomou qualquer providência para reavaliar a permanência do casal na atual configuração de poder.

Enquanto isso, o erário municipal arca com quase R$ 18 mil mensais para sustentar um comando duplo — ela nomeada formalmente, e ele mandando na prática.

É hora de os órgãos de controle agirem. A Câmara Municipal, o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul precisam abrir investigação formal sobre o caso. O povo de Dourados exige ética, transparência e respeito à lei — não favorecimentos, nepotismo e mandos nos bastidores.

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