Manipulação esportiva: Manipulações e trapaças são condutas completamente opostas aos valores do esporte. Ou pelo menos, deveriam ser. Confesso a vocês leitoras e leitores que sempre fui muito ligada ao futebol. Quando mais jovem, tinha um sonho de trabalhar com a comunicação esportiva, mas há ali, no mundo do futebol brasileiro, um sem fim problemas estruturais e a ideia de trabalhar dentro da mídia esportiva logo me pareceu muito tortuosa. Criamos ídolos sem postura ética, pregamos a ostentação, observamos calados o universo das apostas esportivas e assistimos escândalos internacionais protagonizados por futebolistas brasileiros todos os anos, destaque para os casos asquerosos de abuso sexual contra mulheres. O escândalo mais recente é o da manipulação esportiva, a Operação “Spot-fixing” deflagrada na primeira semana de novembro de 2024 que levantou provas de que o jogador Bruno Henrique “agiu deliberadamente” durante uma disputa contra o Santos, em 1 de novembro de 2023, para ser punido pelo árbitro com um cartão com o objetivo de possibilitar que familiares, que estavam cientes dessa intenção com antecedência, ganhassem dinheiro por meio de apostas esportivas. Operação Penalidade Máxima, Operação Jogo Limpo e tantas outras envolvendo corrupção e fraude durante jogos no Brasil e em competições internacionais. Com punições de suspensão e engatinhando no compliance, a correção mais adequada fica apenas com a justiça comum, já que a justiça desportiva é outro grande gargalo do futebol.

Última Ratio: Ultima ratio é uma locução que vem do latim e pode ser entendida como “o último argumento”, ou a “última razão”. E convenhamos que a justiça de Mato Grosso do Sul perdeu um pouco a sua razão de ser e também a sua credibilidade após o afastamento de 5 DESEMBARGADORES do Tribunal de Justiça do MS que agora, estão usando tornozeleira eletrônica. Lobistas, advogados, juízes e desembargadores aposentados envolvidos em um esquema extremamente articulado de corrupção. O maior escândalo da história da justiça sul-mato-grossense é fruto de uma operação da polícia federal, envolvendo cerca de 200 agentes. No epicentro das investigações DESEMBARGADORES do TJ-MS são acusados de vender sentenças, corroborar com fraudes e muito mais. Estou estudando, investigando e preparando uma minissérie para falar disso dentro das redes sociais. Enquanto produzo, aguardo a classe política de Mato Grosso do Sul dizer algo, mas parece que mais do que nunca, o silêncio das bancadas estadual (24 deputados estaduais) e federal (8 deputados federais) impera. Me siga nas redes sociais e fortaleça o trabalho da comunicação independente em Mato Grosso do Sul.

Eleições na OAB/MS: As eleições da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul estão tão interessantes quanto as eleições municipais que vivenciamos no mês de outubro. Isso porque logo no início do processo eleitoral um escândalo multifacetado estourou na justiça de Mato Grosso do Sul, a operação Ultima Ratio de que falamos há pouco. Um escândalo de repercussão nacional, envolvendo juízes, advogados com acento na Ordem dos Advogados do Brasil como a Vice-presidente agora afastada da OAB/MS , a advogada Camila Cavalcante Bastos, filha do Desembargador Alexandre Bastos, os dois são investigados no âmbito da Ultima Ratio. Ela, inclusive, tem “reclamado” que estão usando politicamente a operação. No entanto, seu pedido de afastamento da OAB/MS é, por si só, um ato político. Camila teve o sigilo telefônico e bancário quebrados por autorização da Justiça. A casa e o escritório da advogada que era, até então, vice-presidente da OAB de Mato Grosso do Sul também foram alvo de buscas, em operação que apura esquema de vendas de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. As eleições da OAB acontecem no final de novembro, mas até lá, tem muita fofoca para rolar!

Trânsito de Dourados: Acidentes, mortes e dezenas de famílias enlutadas. Até novembro de 2024, mais de 1150 atendimentos pré-hospitalares, ou seja, de emergência e fora dos hospitais já foram feitos na cidade de Dourados e pelo menos 25 pessoas já morreram, conforme dados da SEJUSP. Excesso de velocidade, travessias irregulares, uso de celular e a falta de um planejamento radical para o trânsito podem ser elencados na hora de discutir a situação. O prefeito eleito de Dourados, Marçal Filho (PSDB) tem um enorme desafio, preparar o trânsito da cidade para um futuro mais educado, menos violento e de trafegabilidade fluida.

BR 163: A CCR MS Via reduziu em 75% os investimentos na BR-163 em Mato Grosso do Sul no ano passado, apesar do aumento de 9,3% na receita com a cobrança de pedágio, segundo o balanço da companhia. Houve aumento de 9,4% no número de acidentes de trânsito e de 21,2% em mortes na rodovia em 2023 em relação a 2022. Para quem usa o serviço da CCR seja andando nas estradas, ou pagando os altíssimos preços dos pedágios, a indignação é certa. Inclusive, desde 2009, já pagamos cerca de 1 bilhão de reais para a CCR. A relicitação ou permanência da concessão é discutida pelo TCU já se arrasta há muito tempo, mas parece que terá veredito em novembro de 2024. Enquanto isso, quem paga caro por um serviço de baixa qualidade somos nós!