Na última sexta-feira (18), o vereador Inspetor Cabral (PSD) participou do MauroPodcast e fez duras críticas ao que classificou como “espetáculo midiático” envolvendo uma recente fiscalização em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Dourados.
O episódio ganhou repercussão após um vídeo mostrar a condução de um médico à delegacia durante o expediente, situação que, segundo o parlamentar, ultrapassou os limites da atuação fiscalizatória e comprometeu o atendimento à população.
O vereador relatou ter se sentido constrangido ao ver a forma como o servidor da saúde foi exposto por meio de uma filmagem oculta, o que, de acordo com ele, deixou a UBS sem atendimento até o fim do plantão. “Fiscalizar é necessário, mas não pode virar arma contra quem já está fragilizado. O que era pra ser fiscalização virou palco político”, afirmou Cabral durante a entrevista.
Cabral, que está em seu primeiro mandato e atua há 25 anos na Guarda Municipal, defendeu a fiscalização com responsabilidade institucional. Para ele, o episódio expõe a degradação do debate político na cidade. “Foi mais uma busca de like do que preocupação com a população”, avaliou.
Durante a conversa, o parlamentar também chamou atenção para a ausência de protocolos de segurança nas unidades de saúde. “Hoje, qualquer pessoa entra com celular na mão em área restrita, expondo pacientes e servidores. A saúde precisa de gestão, não de lacração”, alertou.
Cabral destacou ainda a importância de respeitar os canais oficiais de denúncia, como a Ouvidoria do SUS, o Conselho Municipal de Saúde, o CRM e os próprios gabinetes parlamentares. “Eu fiscalizo a saúde o tempo todo, mas de forma silenciosa, com requerimentos e respeito ao ambiente de trabalho”, afirmou.
Em um dos trechos mais marcantes do podcast, o vereador foi questionado sobre quem protege os servidores quando a política vira tribunal. A resposta foi enfática: “Hoje, ninguém. Por isso o meu gabinete é escudo dos servidores”.
Já ao comentar sobre o Hospital da Vida, respondeu com contundência: “Matadouro é a JBS. O hospital salva vidas”.
Ao encerrar a entrevista, Cabral fez um apelo por mais seriedade no trato com a saúde pública e respeito aos servidores. “Quem quer fiscalizar, que o faça com seriedade, e não com o celular escondido. Fiscalização sim, humilhação não”, concluiu.