A Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul removeu três delegadas da Primeira Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Campo Grande. A decisão, assinada pelo Delegado-Geral Lupersio Degerone, foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (27) e está diretamente relacionada ao feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, que foi assassinada pelo ex-noivo em fevereiro deste ano.
A jornalista, que tinha registrado um pedido de medida protetiva contra seu agressor na madrugada do caso, foi encontrada morta horas depois de ter solicitado ajuda à Deam.
A situação gerou uma grande repercussão, especialmente após uma amiga de Vanessa divulgar áudios nos quais a jornalista relatava negligência no atendimento e falta de empatia, o que aumentou a pressão sobre as autoridades.
No entanto, a Corregedoria da Polícia Civil concluiu que não houve quebra de protocolo nas ações das delegadas que atenderam Vanessa Ricarte, atribuindo a falha à demora na notificação do autor, Caio Nascimento, por parte da Justiça.
Ainda segundo o inquérito, a Guarda Civil Metropolitana não cumpriu o pedido de acompanhamento da vítima feito na Delegacia.
As delegadas envolvidas diretamente no atendimento a Vanessa, Lucélia Constantino de Oliveira e Riccelly Maria Albuquerque Donha, foram removidas do cargo. Lucélia Constantino pediu a remoção, enquanto Riccelly Maria foi removida “ex-officio”, ou seja, sem solicitação prévia.
Já Elaine Cristina Ishiki Benicasa, titular da Deam na época do atendimento a Vanessa, também foi removida a pedido.
Após a remoção das delegadas, novas nomeações foram feitas para a Deam. Cecilia Fleury Jube Leal, que atuava na Delegacia de Polícia Civil de Aparecida do Taboado, assumiu a titularidade da unidade.
Outras duas delegadas, Cynthia Karoline Bezerra Gomes Tapias e Lais Mendonça Alves, também foram designadas para trabalhar na Deam, que funciona dentro da Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande.









